quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O Autista e o seu Banjo

O que a música pode fazer... 
O filme Amargo Pesadelo estava sendo rodado no interior dos Estados Unidos. O diretor fez a locação de um posto de gasolina nos confins do mundo, onde aconteceria uma cena entre vários atores contracenando com o proprietário do posto, onde ele também morava com sua mulher e filho. Este último autista e nunca saía do terreno da casa.
A equipe parou no posto de gasolina para abastecer e aconteceu a cena mais marcante que o diretor teve a felicidade de encaixar no filme.
Num dos cortes para refazer a cena do abastecimento, um dos atores que sendo músico sempre andava acompanhado do seu instrumento de cordas aproveitando o intervalo da gravação e já tendo percebido a presença de um garoto que dedilhava um banjo na varanda da casa aproximou-se e começou a repetir a sequência musical do garoto.

Como houve uma "resposta musical" por parte do garoto, o diretor captou a importância da cena e mandou filmar. O restante vocês verão no vídeo.

Atentem para alguns detalhes:
- O garoto é verdadeiramente um autista;
- Ele não estava nos planos do filme;
- A alegria do pai curtindo o duelo dos banjos... dançando;
- A felicidade da mãe captada numa janela da casa;
- A reação autêntica de um autista quando o ator músico quer cumprimentá-lo.
                  
Vale a pena o duelo, a beleza do momento e, mais que tudo, a alegria do garoto.
A sua expressão. No início está distante, mas, à medida que toca o seu banjo, ele cresce com a música e vai se deixando levar por ela, até transformar a sua expressão num sorriso contagiante, transmitindo a todos a sua alegria.
A alegria de um autista, que é resgatada por alguns momentos, graças a um violão forasteiro. O garoto brilha, cresce e exibe o sorriso preso nas dobras da sua deficiência, que a magia da música traz à superfície.
Depois, ele volta para dentro de si, deixando a sua parcela de beleza eternizada "por acaso" no filme "Amargo Pesadelo"
Ano: 1972

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